quinta-feira, dezembro 09, 2010

Perdão

Recentemente algumas pessoas (inclusive pessoas que visitam o blog) vieram me pedir essa palavrinha infernal “perdão” (e suas variáveis), portanto, resolvi blogá-la.

Tentarei aqui, dar minha opinião sobre a palavra.

Todo pedido de perdão envolve duas partes, a parte que pede perdão e a parte que decide sobre o perdão.

Falando sobre a primeira parte, que é mais fácil, por que pedimos perdão? O pedido do perdão sucede um comportamento que você julga inadequado e suas funções são: eliminar o seu mal estar; e restabelecer a relação.  

Falando sobre a segunda parte, entende-se por perdoar a cessão absoluta de ressentimentos para quaisquer ações.

Se alguém lhe pede perdão e você não consegue cessar o ressentimento pelo comportamento a ser perdoado, você não conseguirá perdoar. Enquanto houver ressentimento não será possível restabelecer a relação.

Por isso, alguns perdões necessariamente precisam de tempo. Quanto mais grave o comportamento (levando em conta a subjetividade da pessoa), mais tempo levará para ser perdoado.

É difícil perdoar (deixar de ressentir) alguns comportamentos momentos depois deles terem acontecido.

Dentre as engenhosas funções do cérebro, neste ponto, ressalto que acabamos diminuindo a vivacidade das coisas, isto torna o perdão possível. Conforme o tempo passa, tendemos a nos adaptarmos e com isto, tornamos o perdão possível.

Tentei ao máximo trazer apenas a lógica aqui, sem em momento algum, exemplificar concretamente.

3 comentários:

JoBronze disse...

Sei lá, não sei o que comentar sobre este post. Pela primeira vez isso acontece ao visitar teu blog.

Vc sabe que eu te adoro, né?

Se você não sabia, sabe agora. Você é especialmente especial (rsrsrs) pra mim.

Precisava dizer isso.

Unknown disse...

E quando a relação é restabelecida, mas não se esqueceu por completo o fato?

Fernando Ferreira Fernandes disse...

Ahahahah Bronze. Claro que eu já sabia! Mas falar é sempre bom (pena que eu não consigo - esse é um dos meus maiores déficits comportamentais)...

Bruna, tomando como base que não se esqueceu, posso dizer duas coisas:

1 - o comportamento foi algo que realmente te "abalou", senão você iria "esquecer"
2 - Ainda existe ressentimento (a palavra-chave é essa e não "esquecer")

Tomando como base que foi algo que te "abalou", dentro da relação é gerado um novo "marco", um novo ponto de partida, do mesmo jeito que geramos um novo marco quando eu beijamos alguém (acho que todos já notaram que muda a relação drasticamente, não?).

A partir deste novo marco, que muda, com ou sem ressentimento a relação (em diferentes graus - obviamente depende da relação, das pessoas, do ambiente) adentro sua pergunta com duas considerações:

1 - Restabelecer sem esquecer é ter ressentimento pelo ocorrido, ou seja, você não perdoou ainda a pessoa. Toda vez que você estiver do lado da pessoa ficará bombando sentimentos seus àquela pessoa pelo comportamento dela. Você pode restabelecer a relação, mas não é saudável pelo menos para você e mais cedo ou mais tarde você não irá agüentar e reaviverá a situação problema.

2 - O foco não é tanto em esquecer, o foco é em não mais ressentir, você pode lembrar sempre da situação, mas se você não a ressente, não vejo problemas em restabelecer.

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