domingo, junho 12, 2011

Amor, Sexo e Relacionamentos

Hoje o assunto vem a calhar, próximo a um término de algo que eu chamo de relacionamento (mas que outras pessoas chamam de outras coisas - talvez eu explique isso) e bem próximo de uma data bem especial para pessoas mais tradicionais (comecei a digitar isto ontem, mas as contingências não deixaram eu terminar).

Primeiramente e quase que obviamente a crítica será feita à religião. A base da crítica será essa frase, não me lembro o autor:

“Religion takes everything that your DNA naturally wants to do to survive and procreate and makes it wrong" (Religião pega tudo que o seu DNA naturalmente quer fazer para sobreviver e procriar e faz disso algo errado)

O Brasil que é um país com uma forte influência religiosa em todos os cantos (pelo que eu vejo, católicos e evangélicos - me limitando a SP). Portanto, normalmente nascemos em famílias religiosas e muito do nosso princípio é modelado a partir dos valores morais da nossa família, que é o primeiro grupo social que temos contato.

Estes valores religiosos linkam, fazem uma ligação direta entre amor, sexo e relacionamentos, e aqui meus amigos, vem toda a minha crítica.

Amor, sexo e relacionamentos são coisas que a depender do tempo que as pessoas estão juntos, inevitavelmente acontece, mas os gradientes são diferentes.

A religião linka os três no gradiente mais poderoso possível. Preciso amar a pessoa para poder ter relações sexuais, porém, para poder ter relações sexuais eu preciso estar em um relacionamento (hoje em dia conhecido como namoro).

Uma coisa que eu não entendo é: por que as pessoas vinculam atração física a amor? Ou sexo com amor? Ou sexo com relacionamentos?

Mentira, eu entendo sim e já expliquei o por que disto acontecer. Acontece por causa da religião e dos valores morais das mesmas. A religião quer a sua infelicidade, é isso que ela quer.

Sabe por que digo isso? Melhor, deixem uma Doutora dizer: o tesão sexual é muito forte. Em termos de promessa de satisfação a curto prazo, é mais poderoso do que matar a fome ou a sede. Depois de uma relação sexual há uma grande liberação de endorfina, um neurotransmissor com efeito semelhante ao ópio, que tira a dor e proporciona um profundo bem estar. (Margareth Rose Priel, do departamento de neurologia experimental da Universidade Federal de São Paulo)

Sexo é prazer a curtíssimo prazo e não gente, não é errado fazer! Não precisamos amar a pessoa e não precisamos estar em um relacionamento com ela. Podemos ter um relacionamento, podemos amar, mas não precisamos de uma prisão sentimental (já vocês entendem).

As pessoas tentam vincular o dia dos namorados como um dia feliz para os namorados e triste para os solteiros. Eu pergunto, me expliquem então por que isso acontece?

Os namorados estão gastando dinheiro em uma data arbitrária. Vão ter que passar mais um dia com suas namoradas, por exemplo, um amigo do meu irmão queria vir hoje aqui em casa, mas a noiva dele não deixou. Um amigo meu queria ir ao show do The Agonist que vai ter hoje, mas a namorada dele não deixou. Meu irmão ganhou Tron 1 em Bluray, quando na verdade, ele queria o Bluray do Tron 2. Ou seja, isto fatalmente desembocará em briga. O The Agonist, dificilmente voltará para o Brasil e quando terminar o relacionamento deste meu amigo com sua namorada, vai sobrar um pensamento "caramba, não fui ao the agonist e não to namorando".

Aqui vem a minha segunda crítica ao namoro, o aprisionamento. Quando namoramos, por que temos que fazer tudo juntos? Somos tão pequenos assim? Sabe o por que digo isso? Não é por que temos prazer, nos sentimentos bem, ou seja, não é por que temos Reforço Positivo na veia. Somos pequenos por que não deixamos as pessoas com as quais estamos namorando saírem sozinhos por Reforço Negativo, é alívio, é a remoção de achar que a pessoa está pulando a cerca. A confiança acaba onde o poder da vista termina.

Uma das soluções para este problema é que hoje em dia a sociedade está se vendo cada vez mais instintual, as pessoas são cada vez mais, menos controláveis. Deus está caindo, aos poucos as pessoas estão passando para religiões menos controladoras, que permitem que você tenha outros tipos de relacionamentos. O contato com Deus está se modificando também, as pessoas estão e aqui vem uma frase linda da banda Sixpence none the richer:

I need love
Not some sentimental prison
I need God
Not the political church
I need fire
To melt the frozen sea inside me
I need love

eu preciso de amor
não de uma prisão sentimental
eu preciso de Deus
não da igreja política
eu preciso de fogo
para derreter este mar congelado dentro de mim
eu preciso de amor

O Deus politizado está caindo aos poucos (bem aos poucos mesmo). As pessoas estão cada vez mais liberais e enxergando Deus cada vez mais como liberal. Deus está perdoando o sexo sem significado, os relacionamentos rápidos, o sexo antes do casamento.

As pessoas estão querendo fugir de prisões sentimentais, as pessoas estão querendo fogo, estão querendo ser reconfortadas por um Deus amoroso, não um Deus que te enviará para queimar no inferno. A religião só continuará a crescer se o significado de Deus se tornar Reforço Positivo e não Coercitivo - mudança esta que vem acontecendo.

Hoje em dia, estamos na época que dizem ser do desapego, eu desgosto deste termo por que ele vai contra os meus próprios princípios. Eu não acho que o desapego seja a solução, por que ele postula relacionamentos sem significados. Eu não quero isso. Eu quero relacionamentos com significados baseados em liberdade, sem ter que ficar pensando o que seu companheiro está fazendo, se ele está te traindo, proibindo-o de fazer o que ele quer fazer... Relacionamentos pautados em estarmos juntos quando queremos estar juntos e não por que precisamos, como se fosse algum tipo de obrigação.

Obviamente eu não sou totalmente contra a monogamia, quando finalmente você encontra uma pessoa e pensa, essa é pra casar!, parabéns! Pra mim, ainda mais importante do que amar uma pessoa é confiar nesta pessoa.

Confiança libera a gente da prisão sentimental, a gente não precisa ficar preocupado com até onde os nossos olhos enxergam, por que confiamos nesta pessoa e quase que como resultado disto, amamos também. Ciúme raramente é saudável, desconfiança então!

Muito me impressiona uma pessoa que amo e tenho como modelo de vida (infelizmente tudo que ela tenta me ensinar, passa tão batido, a nossa frequência é tão diferente que quando ela quer me falar uma coisa, acho que entendo outra. Enfim, é um grande modelo e também acho que meu tempo de ser modelado por ela está acabando). Esta pessoa é super religiosa, o contato que ela tem com Deus é em seu quarto, não é com a igreja política. O casamento dela é baseado em confiança e liberdade, muitas vezes ela sai sem seu marido. Seu marido viaja e ela não se preocupa. Eles se amam. A explicação que ela me dá é que as pessoas tendem a pensar que o outro é sua outra metade, ela mudou meu pensamento radicalmente ao me falar que ela, na verdade, não é metade de ninguém. Que história é essa de metade? Ela é uma inteira! Seu marido também é um inteiro. Ambos são duas pessoas se relacionando. Não são simbiontes que se alimentam um do outro.

O que eles tem eu acho lindo. Quero pra mim também. Mas relacionamentos que já começam com cobranças e aprisionamentos eu não consigo e quando eu tento levemente me esquivar com a minha honestidade. Acabam ao saber meus propósitos, sem dó.

Eu quero construir amor a partir de liberdade e confiança com quantas pessoas forem, até fazer a minha escolha. Eu não quero um aprisionamento numa ficada.

Como já disse Sixpence, novamente, citando os Beastie Boys, I just wasn't made for these times (eu simplesmente não fui feito para estes tempos).

Mas estou feliz, updates sobre meu cachorro, ele ta super bem, latindo, com o rabo pra cima, fazendo arte. Apesar deste post ser entre outras postulações de pensamentos meus, é também um tipo de desabafo para um término de um relacionamento do qual discordo o motivo do término que me deixou um pouco chateado, a vida continua.

O show, tem que continuar.

E como diz The corrs, citando uma banda que não sei, mas sei que a música não é deles: Woman, they will come and they will go (mulheres, elas virão e irão)...

Até uma próxima.
Dawn.

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