segunda-feira, setembro 13, 2010

Humano, demasiado humano

Tomo emprestado este título do primeiro livro de Nietzsche apesar de não tê-lo lido.

Custou-me provar sobre mim mesmo a mim mesmo que sou humano, sempre o soube, não me entendam errado.

Quero dizer, com humano, que a relação ambiente-organismo é a mesma, que a nível filogenético somos o mesmo.

Vejo nos seres humanos, fragilidade, necessidade de pertença (=!* de gregário). Para não ficar aqui com milhões de conceitos que enxergo nos seres humanos (em sua maioria negativos), pularei para a principal, sua incompletude.

Os animais possuem em sua carga genética todos os atributos necessários para todas as fases de sua vida (chamamos isto de biologicamente determinados).

Sarah Bettens (replicando The Beatles) cantaria: Can I handle all the seasons of my life? (Poderia eu manejar todas as temporadas de minha vida?)

Já, nós, superiores seres humanos, necessitamos de aprendizagem, claro, não quero comparar as capacidades humanas com as capacidades animais, mas preferiria não ser acometido por esta heterogeneidade.

Não importando quem ganhe a guerra, os criacionistas ou os evolucionistas, ateístas ou deístas, behavioristas ou psicanalistas, metaleiros ou pagodeiros. Queria simplesmente chegar em ponto comum para enquanto em condição de ser humano poder me sentir mais junto de todos.

Perco muito espaço ao ser um evolucionista, ateísta, behaviorista, metaleiro (esse é mentira hahahuahu), existe uma redução de contato social drástica. Não apenas essas definições sobre mim enquanto posição filosófica/religiosa/musical definem a minha quantidade danificada de contato social (para a mediocridade), mas também o meu alto nível de exigência, a minha criticidade e honestidade.

Se toda essa diversidade acabasse, se pudéssemos todos “sermos iguais perante Deus”, teria em parte o meu tão querido sossego, faria parte! Não faço parte.

Me cansa discutir todos os dias posições filosóficas, que em parte é incitada por mim! Antagônico, é eu sei.

Gosto do behaviorismo da mesma forma que outras pessoas gostam da psicanálise, vez mais, vez menos. Gosto da música “One Second” da Sarah, do mesmo jeito que outras pessoas gostam de “Como eu Quero” do Kid Abelha. Gosto de ajudar as pessoas da mesma forma que outras pessoas gostam de desajudar os outros.

É no final, tudo humano, todos lutam pelos ideais que acreditam, todos acham que estão fazendo o certo, Hitler achou estar fazendo o certo.

Roubar manteiga e leite para comer, roubar 1 milhão de reais para comprar uma mansão, é tudo “justificável” a partir da história de vida daquele sujeito.

O que muda são os valores, se os valores fossem os mesmos a todos, poderíamos trabalhar de melhor forma.

É descontentação em como o mundo funciona, é isto que me tira do sério.

Notem, não estou aqui querendo dizer que a falta de contato social me danifica, pois é o que da margem a entender. Eu não poderia me importar menos com a quantidade de contato social que eu tenho, mas isto me priva de algumas outras cositas, e isto sim dou valor.

*Diferente

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