domingo, setembro 26, 2010

Xu's birthday

Não me perguntem como esta história começou, pois nao saberei lhe responder, mas no começo de 2009 decidi (e você vai ficar sabendo disto agora) conversar com uma garota q sempre estava on no meu msn, mas não nos falávamos.


Também não me perguntem como a relação se fortificou o suficiente para se tornar freqüente como ela é, por que também não sei.

Conforme fomos nos falando fui notando diversos comportamentos de vítima (a partir do meu julgamento que pode não refletir o de quem está lendo, muito menos o seu, por que você lerá).

Ela não só me fez perceber que tenho uma síndrome chamada "síndrome do messias" (acredito que a maioria dos homens possuam isso em relação a mulheres, mas em mim é mais perceptível), no qual eu quero sempre ajudar (para entender melhor ver o post que falo sobre vítimas).

Essa nova percepção náo é necessariamente uma coisa ruim, se auto-conhecer não é ruim, te dá um maior horizonte dos seus próprios comportamentos e saber se deve ou nao mantê-los.

Essa menina, aparentemente tao vítima do seu ambiente não aprendeu a responder a pressão e se fechou em comportamentos repletos de fuga-esquiva, ambiente totalmente punitivo.

Nesses quase dois anos de convivência cibernética, ao meu ver, adicionei uma pessoa que ciberneticamente posso chamar de amiga (até diria que seria uma amiga de vida real, mas ela vir para SP não é uma alternativa [para ela seria morte] e eu ir visitá-la também seria morte para ela).

Xu, saiba que em formação enquanto um futuro analista do comportamento, você está em boa compania. huahuahua

Essa singela "homenagem" vem com grande apreço pela sua pessoa, saiba que apesar do post não ser o que você espera (eu também esperava utilizar palavras melhores, termos com maior valor), vem com sinceridade.

Tenho duas frases para você, apesar de existir uma grande probabilidade de você não gostar das músicas (afinal se for colocar as letras das músicas que você gosta só teríamos destruição) fazem juz a situação, não só a você, mas o post foi desenhado pensando em você:

Primeiro minha Sarah: Can you handle all the seasons of your life? (Pode lidar com todas as temporadas da sua vida?

Agora Within: This world may have failed you, and it doesn’t give you a reason why. (Este mundo pode ter falhado com você, e não te dá nenhuma explicação, nem motivo)

O mundo é como é, você pode dentro de tantas variáveis se esconder, reclamar ou aprender a viver como ele é constituído e se misturar nele.

Enfrentemos, neste post que agora é meu e seu, não conseguiremos nos escondendo demonstrar ao mundo tudo que achamos errado e apesar da nossa insaciável fome de modificar o comportamento das pessoas, a sua constituição já está praticamente sedimentada na sua própria gênese, novamente, se junte a eles ou se exclua.

Como você mesmo outrora me disse citando se nao me engano Eduardo Galeano "aprende-se a ver o outro como ameaça não como promessa".

Esquece-se que tem na sua carga filogenética um negócinho chamado gregário. No qual sua existência necessita da compania dos outros seja como for, seja lendo este texto, sabendo que eu dediquei este meu valioso tempo para você (sim eu tabém sou bastante ocupado), seja respondendo seus emails, seja conversando com você no msn... Com certeza nao seu único contato no msn... Então seu desejo de ser sozinha nunca lhe sera concedido, por você mesmo!

Xu, conta comigo, não estará sozinha, como diria Winnicott, sou o seu ambiente suficientemente bom.

Nao ache que sou altruísta, ser humano algum consegue fazer um ato altruísta sem ganhos secundários... Sejam eles quais forem.

Um grandiosissímo beijo para você garota. Um dia nos desvincilharemos destas correntes.

segunda-feira, setembro 13, 2010

Comportamento =! Resposta

Por "=!" entende-se "Diferente" get used to it.

"Quando alguém observa o que uma pessoa faz (pode ser uma ação operante ou uma ação emocional ou afetiva), não consegue compreender o significado daquilo que observa. Uma pessoa corre, ou chora, ou fala seu nome, ou limpa um móvel, ou fica vermelha, ou grita, ou escreve... e daí? O significado de um comportamento não está na ação em si, mas naquilo que o determina. Uma resposta não é um comportamento. Para compreendermos uma ação e alçá-la ao status de comportamento, temos que relacioná-la com eventos antecedentes e eventos conseqüentes a ela, funcionalmente interligados. A unidade mínima para a compreensão de um comportamento chama-se tríplice contingência." (Hélio Guilhardi)

Andei conversando com uns amigos sobre isto e todos me disseram o mesmo "resposta é comportamento".

Acima está a resposta, que eu sempre clamei que fosse, e que bom, estou certo!

Também conversei com minha ex-professora, grande analista do comportamento (e tirei o nome dela daqui pq o resultado tava saindo na Google), que também me deu a mesma opinião.

Gente! Vamos entender! Resposta é um dos termos da Tríplice Contingência, que é o mínimo para se entender como comportamento.

Humano, demasiado humano

Tomo emprestado este título do primeiro livro de Nietzsche apesar de não tê-lo lido.

Custou-me provar sobre mim mesmo a mim mesmo que sou humano, sempre o soube, não me entendam errado.

Quero dizer, com humano, que a relação ambiente-organismo é a mesma, que a nível filogenético somos o mesmo.

Vejo nos seres humanos, fragilidade, necessidade de pertença (=!* de gregário). Para não ficar aqui com milhões de conceitos que enxergo nos seres humanos (em sua maioria negativos), pularei para a principal, sua incompletude.

Os animais possuem em sua carga genética todos os atributos necessários para todas as fases de sua vida (chamamos isto de biologicamente determinados).

Sarah Bettens (replicando The Beatles) cantaria: Can I handle all the seasons of my life? (Poderia eu manejar todas as temporadas de minha vida?)

Já, nós, superiores seres humanos, necessitamos de aprendizagem, claro, não quero comparar as capacidades humanas com as capacidades animais, mas preferiria não ser acometido por esta heterogeneidade.

Não importando quem ganhe a guerra, os criacionistas ou os evolucionistas, ateístas ou deístas, behavioristas ou psicanalistas, metaleiros ou pagodeiros. Queria simplesmente chegar em ponto comum para enquanto em condição de ser humano poder me sentir mais junto de todos.

Perco muito espaço ao ser um evolucionista, ateísta, behaviorista, metaleiro (esse é mentira hahahuahu), existe uma redução de contato social drástica. Não apenas essas definições sobre mim enquanto posição filosófica/religiosa/musical definem a minha quantidade danificada de contato social (para a mediocridade), mas também o meu alto nível de exigência, a minha criticidade e honestidade.

Se toda essa diversidade acabasse, se pudéssemos todos “sermos iguais perante Deus”, teria em parte o meu tão querido sossego, faria parte! Não faço parte.

Me cansa discutir todos os dias posições filosóficas, que em parte é incitada por mim! Antagônico, é eu sei.

Gosto do behaviorismo da mesma forma que outras pessoas gostam da psicanálise, vez mais, vez menos. Gosto da música “One Second” da Sarah, do mesmo jeito que outras pessoas gostam de “Como eu Quero” do Kid Abelha. Gosto de ajudar as pessoas da mesma forma que outras pessoas gostam de desajudar os outros.

É no final, tudo humano, todos lutam pelos ideais que acreditam, todos acham que estão fazendo o certo, Hitler achou estar fazendo o certo.

Roubar manteiga e leite para comer, roubar 1 milhão de reais para comprar uma mansão, é tudo “justificável” a partir da história de vida daquele sujeito.

O que muda são os valores, se os valores fossem os mesmos a todos, poderíamos trabalhar de melhor forma.

É descontentação em como o mundo funciona, é isto que me tira do sério.

Notem, não estou aqui querendo dizer que a falta de contato social me danifica, pois é o que da margem a entender. Eu não poderia me importar menos com a quantidade de contato social que eu tenho, mas isto me priva de algumas outras cositas, e isto sim dou valor.

*Diferente

domingo, setembro 05, 2010

Natural / Artificial

Possuo vários temas para posts, mas me faltam conclusões, já descartei posts por não conseguir terminá-los, será que chegarei ao final deste?

Fico relembrando aqueles escritores que aparecem em séries, que não conseguem escrever, apesar da sua vontade insaciável. Tanto que se desfazem de folhas e folhas com escritas.

O sentido de natural que quero alocar aqui é o mais conhecido, aquele no qual não se possui artifícios, que acontecem, sem planejamento, bem próximo ao acaso ou destino.

Artificial por sua vez, é o contrário do acima, que possui artifícios, que possuem planejamentos, que acontecem por algum tipo de interferência previamente estabelecida, bem distante do acaso, mas nem tanto do destino.

Se eu lhe perguntasse, você é uma pessoa natural ou uma pessoa artificial (no sentido do post), o que você responderia?

Hora planejamos nossas ações, hora não. Hora deliberamos nossas respostas, hora somos surpreendidos por impulsos, o responder sem pensar.

Existem situações (sempre tem um cara que chega e fala "não é nem isso nem aquilo, na verdade, é meio-a-meio", como se estivéssemos comprando uma Trakinas) que são naturais e artificiais ao mesmo tempo. Pode ser natural para uma pessoa e artificial para outra. Já assistiram aquele filme "Como se fosse a primeira vez"? A situação todos os dias era planejada pelo homem, mas para a mulher, era uma situação natural (por mais absurda que fosse).

Recentemente em um grande acaso, completamente natural, me aconteceu uma situação agradável, porém, teria/tive/tenho grande dificuldade em dar continuidade a "situação agradável" sem torná-la artificial para todas as partes, não só isto, mas indicaria outros fatores com os quais tenho grandes (uso exarcebado desta palavra neste post hein) dificuldades em lidar.

Resumindo a situação como um todo, eu tenho, nestes casos, altas (para mudar a palavra) dificuldades em artificializar estes tipos de contextos, pois ao fazê-lo, nos colocamos em um outro tipo de relação, a de poder. Não só, entre outras.

Toda sociedade possui relações de poder, seja ela por títulos formais, dinheiro, saber, genética etc. Quem sabe um dia, ao entender melhor o tema, eu consiga elaborar um post sobre isto.

Um amigo meu me contou uma história, que aconteceu com dois amigos dele, um homem doravante tratado como X e uma mulher doravante tratada como Y.

X afim de Y e aparentemente Y possui certo interesse em X. Estavam eles fazendo um trabalho na casa de X quando Y diz que precisa ir embora, X acompanha Y até a porta e desaparece! Meu amigo obviamente comemora o sucesso de seu amigo por "faturar" Y. Porém, 2h se passam e X não volta para ajudar a dar continuidade no trabalho, então meu amigo, já puto da cara resolve procurar X. Nesta busca ele encontra ambos X e Y parados no fio da calçada conversando, sem mãos dadas, sem nada que indicasse um envolvimento físico. Meu amigo não entendendo a situação pede para que X volte e Y vai embora (desta vez de verdade).

Meu amigo, bastante descontente com o que havia visto pergunta para X o por que dele não ter feito nada, e isso meus amigos, é a dicotomia entre o natural e o artificial.

O interessante de uma relação natural, que poderia até trocar e dizer espontânea é que não possui pressão, ela acontece, é pura.

A situação relatada acima, não foi natural, ela já estava contaminada com muitos comportamentos esperados geradores de pressão. X deve ter se feito um milhão de perguntas em sua cabeça, deliberou mais de vez "vou ou não?", mais de vez deve ter falado "é agora", mas de vez pensou, mas a pressão do momento e suas conseqüências poderiam ser devastadoras para X.

É tudo peso no final das contas*.

Quem já leu os outros posts do blog, não sei se vocês conseguem entender que sobre tudo que falo, entro numa relação circular. Diversas variáveis que desembocam em um único fim, comportamento, comportar-se, seja o comportamento público ou privado.

Odeio posts sem objetivos, eles não dizem nada. Espero que diga algo para quem leu, espero que quem leu tenha elaborado algo. Eu pelo menos consegui falar alguns assuntos que queria falar.

Vou novamente falar o que eu quero, eu quero o natural, eu não quero pressão, eu quero conforto.

*Estão vendo qual o meu problema quando não consigo determinar um objetivo específico? Já quero fazer um post sobre relações de poder, e agora mais um, o do peso.